quinta-feira, 12 de julho de 2012

Vai Corinthians

Às vezes não podemos escolher os detalhes do que sonhamos. Se queremos uma bicicleta, quando garoto, sonhamos apenas com ela. Não sendo verde, nem importa a cor do banquinho ou se são 10 ou 12 marchas. Quando desejamos, desejamos “a bicicleta”.
Ela pode vir embrulhada, desmontada, até em pedaços. Vindo, tudo certo.
Às vezes demora, e quando demora é porque precisa demorar. Sonhos fáceis não tem valor, conquistas rápidas são menos saborosas.
E assim como o título do paulista de 77, a sonhada Libertadores do Corinthians é mais deliciosa do que qualquer outro título mundial possa ser.
Com tamanha demora e expectativa, pode tudo. Menos ser comum.
E mais do que “especial”, “brilhante”, “massacrante” ou “empolgante”, ela tem que ser “corintiana”.
Vocês sabem, como eu, como qualquer um que viu na televisão as imagens da torcida nos jogos do Corinthians. Nós queríamos de uma forma que ninguém nunca quis. E buscamos sem saber como, mas buscamos, sem nunca ter atrelado a nossa paixão a esta condição.
Na final, o Boca, o “papão” da Libertadores e de brasileiros, aquele que todos temem. E se é pra exorcizar, que seja em grande estilo.
Não, nada de Newell Old Boys, Universidad Catolica, Atlético Paranaense, muito menos Deportivo Cali. Dê-me logo o Boca, pois se é pra escalar, que seja o Everest.
E agora lá está ela. Perfeita, a bicicleta chegou e ainda veio mais bonita, mais imponente , com detalhes que realmente nunca poderíamos ter sonhado igual, mais uma vez única e diferente.
Nas Libertadores, caprichosamente, foram o São Paulo de Rai, e de Rogério. O Santos de Pelé e o Santos de Neymar. O Flamengo de Zico, o Grêmio de Renato Gaúcho, o Palmeiras de São Marcos.
Ela foi esperada demais pra ter um herói ou um nome que a acompanhe.
Não tem “o cara”, e não pode ter. Não tem um super técnico de grife, porque nenhum é digno de ser “o que veio para resolver”. Pois se existe um clube que merece ganhar a Libertadores por si só, sem ouvir que foi o Time de não sei quem, este é o Corinthians.
Simplesmente porque não é possível ser maior do que a espera e a paixão desta torcida, que sempre soube esperar. Não pode ter um nome anexo a essa história.
É o São Paulo de Rogério, o Santos de Neymar, o Flamengo de Zico e o Corinthians… do Corinthians.
Aquele que a fiel adora. Sem “o cara”, mas com “a cara” da camisa que vestem.

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